Acredita que tive cerca de 3h a olhar para este mesmo papel,
queria mandar uma vida cá para fora mas por muito o que tenha para dizer, quando
chegou a hora de passar isso tudo para este mesmo papel, as palavras acabaram
por se irem embora .. por medo? Não. Talvez porque a nossa relação nunca foi
aquela que ambos sonhamos ter e que apesar de nos darmos bem, ambos sabemos o
que ficou para trás e ai, ai é que está toda a nossa historia.. desde o meu
nascimento até ao dia de hoje.
Sabes, em apenas um simples paragrafo, a minha garganta secou.. como se ela própria não me deixasse pronunciar tudo o que eu quero dizer aqui, como se ela estivesse a fazer o papel que eu fiz em toda a minha vida, de sofrer para dentro.. comer e calar.. mas e amanha? Eu ou tu, podemos não estar ca, poderá acontecer algo que mude as nossas vidas por completo e eu não quero isso, não quero deixar de existir sem dizer tudo o que tenho a dizer, seja por fala ou palavras, seja numa voz ou numa carta escrita, seja num simples olhar ou num simples gesto.
De todas as vezes em que eu me imaginei a fazer isto, a dizer tudo aquilo que eu sinto ou senti em todo este tempo, nunca imaginei que fosse desta maneira, desta forma, pensaria que iria ser olhos nos olhos, com a minha mão na tua, numa conversa de mãe e filho.. infelizmente não tenho voz para o fazer, não tenho coragem de chegar perto de ti e dizer-te tudo porque tal como referi antes, a minha voz não deixa e a minha coragem não é a suficiente para o fazer.
E agora vou deixar-me de andar à volta do assunto em questão e vou directo ao centro da questão e vou falar desde os 6 até ao dia de hoje, visto que ambos sabemos o porque dessa fase.
Como tu sempre disseste e ainda hoje dizes, eu não sou nem nunca fui um miúdo como todos os outros, nunca fui aquele menino bem comportado, nunca foi aquele filho carinhoso contigo, nunca fui aquela criança calma que fazia tudo aquilo que tu dizias, nunca cheguei a ser o filho que tu sonhaste ter, nunca te amparei, nunca te protegi como deveria ser. Sempre fui aquele filho rebelde, mal comportado, que não parava quieto um mero segundo, que fazia asneira atras de asneira, que respondia mal, que te fazia a vida negra, que te contrariava por tudo e por nada, que te fazia chorar e sofrer ao ponto de dizeres que eu nunca deveria ter nascido.
E será que alguma vez pensaste no porque de ser assim? Do porque de não ser aquilo que tu querias? Do porque de ter aquelas atitudes para que, pelo menos reparasses que eu existia?
Não, em todo o meu crescimento, onde é que tu tiveste? Onde estavas tu para ralhares comigo quando partia algo? Onde estavas tu para me dares tareia quando te falava mal? Onde estavas tu quando eu tirei negativas? Onde estavas tu em todos os natais ou aniversários? Onde estiveste tu nas minhas festas da escola? Onde estiveste tu na primeira vez que tive um acidente e fui parar ao hospital? Pois.. parece que a resposta é complicada de se gerir mas o certo é que ambos sabemos qual é.
Tu davas-me tudo aquilo que eu te pedia, é certo.. mas o que eu precisava vindo de ti era amor, carinho, dedicação, protecção, orgulho.. tal como eu mais tarde faria contigo, tal como eu faria contigo quando tu chegasses aquela idade em que tudo se torna difícil.
É certo que agora já é um pouco tarde para arrependimentos, agora eu sou um ‘homem’ que cresceu sem um gesto de carinho vindo da mãe.
Apesar de tudo isso, quero que saibas que não te condeno, que não te julgo, que não te vou apontar o dedo, que não te vou criticar por tudo isso.. muito pelo contrario.. sou o primeiro a defender-te quando alguém o fizer, serei o primeiro a barafustar-me quando alguém tiver a coragem de por o teu lugar em causa. Se estiveste ausente, foi para ganhares o dinheiro para me sustentares e acredita que eu compreendo isso.
Uma das coisas que a avó me ensinou desde pequeno, foi a perdoar, mesmo quando a raiva, ódio, dor, angustia.. falam mais alto. Será que algo fala mais alto que o amor de um filho para uma mãe? Na minha opinião, não. Criei-me dentro de ti, vim ao mundo por tua causa, alimentei-me através de ti, comecei a andar com a tua ajuda, comecei a falar com a tua ajuda..
Tu és o meu centro, aquele alguém que eu vou cuidar e proteger ate ao fim, aquele alguém a quem eu vou dar força quando estiver no fundo, aquele alguém que pegarei ao colo e andarei milhões, quando as pernas te falharem, aquele alguém que vou adormecer, nem que seja para dizer ‘estou aqui’.
Eu sei que não temos a relação mais perfeita, que não somos os melhores amigos, que tem dias que não te consigo aturar e vice-versa, mas mesmo com tudo isso, acredita que tu és a melhor mãe do mundo, és tudo para mim, és das pessoas mais importantes na minha vida.
Isto tudo para dizer que eu cresci, que já não sou aquele miúdo irresponsável que não sabe o que quer da vida, que já não preciso das palmadas para ver o certo e o errado, que já não vivo com a cabeça mas sim com o coração.
Quero que saibas que te amo muito, mesmo que nunca o tenha dito letra a letra, mesmo que nunca tenha sido prenunciado pela minha voz.
LEMBRA-TE: eu estarei aqui em tudo, seja bom ou mau, serei o primeiro a por um sorriso e limpar essas lagrimas!
Sabes, em apenas um simples paragrafo, a minha garganta secou.. como se ela própria não me deixasse pronunciar tudo o que eu quero dizer aqui, como se ela estivesse a fazer o papel que eu fiz em toda a minha vida, de sofrer para dentro.. comer e calar.. mas e amanha? Eu ou tu, podemos não estar ca, poderá acontecer algo que mude as nossas vidas por completo e eu não quero isso, não quero deixar de existir sem dizer tudo o que tenho a dizer, seja por fala ou palavras, seja numa voz ou numa carta escrita, seja num simples olhar ou num simples gesto.
De todas as vezes em que eu me imaginei a fazer isto, a dizer tudo aquilo que eu sinto ou senti em todo este tempo, nunca imaginei que fosse desta maneira, desta forma, pensaria que iria ser olhos nos olhos, com a minha mão na tua, numa conversa de mãe e filho.. infelizmente não tenho voz para o fazer, não tenho coragem de chegar perto de ti e dizer-te tudo porque tal como referi antes, a minha voz não deixa e a minha coragem não é a suficiente para o fazer.
E agora vou deixar-me de andar à volta do assunto em questão e vou directo ao centro da questão e vou falar desde os 6 até ao dia de hoje, visto que ambos sabemos o porque dessa fase.
Como tu sempre disseste e ainda hoje dizes, eu não sou nem nunca fui um miúdo como todos os outros, nunca fui aquele menino bem comportado, nunca foi aquele filho carinhoso contigo, nunca fui aquela criança calma que fazia tudo aquilo que tu dizias, nunca cheguei a ser o filho que tu sonhaste ter, nunca te amparei, nunca te protegi como deveria ser. Sempre fui aquele filho rebelde, mal comportado, que não parava quieto um mero segundo, que fazia asneira atras de asneira, que respondia mal, que te fazia a vida negra, que te contrariava por tudo e por nada, que te fazia chorar e sofrer ao ponto de dizeres que eu nunca deveria ter nascido.
E será que alguma vez pensaste no porque de ser assim? Do porque de não ser aquilo que tu querias? Do porque de ter aquelas atitudes para que, pelo menos reparasses que eu existia?
Não, em todo o meu crescimento, onde é que tu tiveste? Onde estavas tu para ralhares comigo quando partia algo? Onde estavas tu para me dares tareia quando te falava mal? Onde estavas tu quando eu tirei negativas? Onde estavas tu em todos os natais ou aniversários? Onde estiveste tu nas minhas festas da escola? Onde estiveste tu na primeira vez que tive um acidente e fui parar ao hospital? Pois.. parece que a resposta é complicada de se gerir mas o certo é que ambos sabemos qual é.
Tu davas-me tudo aquilo que eu te pedia, é certo.. mas o que eu precisava vindo de ti era amor, carinho, dedicação, protecção, orgulho.. tal como eu mais tarde faria contigo, tal como eu faria contigo quando tu chegasses aquela idade em que tudo se torna difícil.
É certo que agora já é um pouco tarde para arrependimentos, agora eu sou um ‘homem’ que cresceu sem um gesto de carinho vindo da mãe.
Apesar de tudo isso, quero que saibas que não te condeno, que não te julgo, que não te vou apontar o dedo, que não te vou criticar por tudo isso.. muito pelo contrario.. sou o primeiro a defender-te quando alguém o fizer, serei o primeiro a barafustar-me quando alguém tiver a coragem de por o teu lugar em causa. Se estiveste ausente, foi para ganhares o dinheiro para me sustentares e acredita que eu compreendo isso.
Uma das coisas que a avó me ensinou desde pequeno, foi a perdoar, mesmo quando a raiva, ódio, dor, angustia.. falam mais alto. Será que algo fala mais alto que o amor de um filho para uma mãe? Na minha opinião, não. Criei-me dentro de ti, vim ao mundo por tua causa, alimentei-me através de ti, comecei a andar com a tua ajuda, comecei a falar com a tua ajuda..
Tu és o meu centro, aquele alguém que eu vou cuidar e proteger ate ao fim, aquele alguém a quem eu vou dar força quando estiver no fundo, aquele alguém que pegarei ao colo e andarei milhões, quando as pernas te falharem, aquele alguém que vou adormecer, nem que seja para dizer ‘estou aqui’.
Eu sei que não temos a relação mais perfeita, que não somos os melhores amigos, que tem dias que não te consigo aturar e vice-versa, mas mesmo com tudo isso, acredita que tu és a melhor mãe do mundo, és tudo para mim, és das pessoas mais importantes na minha vida.
Isto tudo para dizer que eu cresci, que já não sou aquele miúdo irresponsável que não sabe o que quer da vida, que já não preciso das palmadas para ver o certo e o errado, que já não vivo com a cabeça mas sim com o coração.
Quero que saibas que te amo muito, mesmo que nunca o tenha dito letra a letra, mesmo que nunca tenha sido prenunciado pela minha voz.
LEMBRA-TE: eu estarei aqui em tudo, seja bom ou mau, serei o primeiro a por um sorriso e limpar essas lagrimas!
AMO-TE IMENSO
Do teu filho chulo,
Miguel
Pereira**
